Recomendo o livro “Rio da Compaixão”, de Bede Griffiths. Ed. Realizações, 2011

O livro de Bede Griffiths, “Rio da Compaixão, um comentário cristão ao Bhagavad Gita” (São Paulo, Ed. Realizações, 2011, obra original de 1987), foi feito por um britânico, chamado Alan Richard Griffiths (1906-1993).

Alan, em 1932, se tornou um monge beneditino católico. Padre, em 1940. Esteve na Escócia, depois Índia, antes estudara em Oxford. Esteve em mosteiros de rito siríaco, em Kerala.

Depois, sempre como monge beneditino, entra num Ashram, em Tamil Nadu, fundado por monge, em 1950, chamado Henry Le Saux. 

Sempre como monge beneditino, e com o aval da direção desta douta Ordem, adota as vestes laranjas da tradição monástica indiana, e o nome hindu ede Dhayananda, “bem aventurança da compaixão”.

Um monge católico, e também um monge hindu, fundidos, mostrando como o melhor do hinduísmo tem as mesmas ideias fundamentais que o catolicismo.

O livro “Rio da Compaixão” é genial. Aula de hinduísmo, catolicismo e sânscrito…

Bede pega cada versículo do livro fundamental do hinduísmo, o Bhagavad Gita, e comenta, mostrando como seus textos são totalmente compatíveis com o catolicismo.

Cada versículo é comentado e cotejado com as ideias cristãs, católicas. Por exemplo, o Bhagavad tem um versículo que diz – “as obras do brâmane são paz (Sama, em sanscrito), harmonia consigo, austeridade e pureza; clemência amorosa e retidão; visão, sabedoria, e fé”.

Bede dá aulas práticas de sânscrito, e também de hinduísmo e catolicismo, num livro só, de 438 páginas. Lembro que a língua básica da Ìndia tem a mesma base que a nossa, pois é indo-européia, as mesmas raízes.

A escrita básica do sânscrito vem do hindi, que, por sua vez, vem do aramaico, a língua falada por Cristo. O aramaico é uma língua irmã do hebraico, da Síria, da Mesopotâmia. As ligações entre a Índia e a Mesopotâmia são antigas, lá por 1.500 a.C. 

Gandhi, em sua Autobiografia, também mostrava que boa parte de suas ideias vinham do Evangelho e do Bhavagad Gita, que tinham praticamente a mesma base ética.

O catolicismo cresce e floresce, na Índia, gerando até santas como Madre de Cálcuta, através de saudável inculturação.

O indiano que se converte ao catolicismo não deixa suas tradições culturais e religiosas de lado, ao contrário, mantém tudo, agregando as ideias católicas. É um hindu hinduísta católico.

O mesmo deve ocorrer com o católico muçulmano, que deve manter e cultivar as melhores ideias do grande Maomé, assim como um ortodoxo grego deve amar Cristo e também Platão, Sócrates etc.