Jacob Gorender nasceu em 1923 e faleceu em 2013, com 90 anos. No livro “Marxismo sem utopia” (1999), bem resenhado por Duarte Pereira, Gorender defende umas ideias próximas ao que eu penso sobre economia mista.
Especialmente sobre a transição ao socialismo, ao modo de superar o capitalismo.
Gorender enfatiza a importância das reformas sociais (acha a classe operária possuidora de uma “ontologia reformista).
Defende que o Estado é algo necessário e que a humanidade organizada precisa de um Estado, com instituições representativas e de democracia direta, em boa síntese com um Estado mundial, como eu acho. Eu e a Igreja.
Gorender também acha que a transição é baseada numa economia mista, com múltiplas formas de propriedade, estatais, patrimônio estatal ampliado, difusão de bens, mercado e planificação, convivendo. Chama esta fase de sociedade socialista-comunista e acha que é a transição, para a superação do capitalismo, do latifúndio, do imperialismo etc.
Não se trata de aliança com burguesia progressista.
Trata-se, isso sim, de uma aliança dos trabalhadores com os autônomos, a pequena burguesia, o campesinato, os artesãos, pescadores artesanais, artistas, profissionais liberais, formando um bloco progressista.
Eu acho que Gorender pode ter cometido erros históricos (inclusive injustiças contra Prestes), mas há alguns pontos que em que concordo com as fórmulas de transição.