Como os ultra ricos enriquecem só com aplicações, rentistas absenteístas

Outro texto genial de Dowbor, do livro “A era do capital improdutivo”.

“A desigualdade em termos de riqueza ou patrimônio tem sido amplamente divulgada, em particular depois da crise de 2008″.

Trata-se do patrimônio domiciliar líquido (net household wealth), que apresenta desigualdade radicalmente maior do que o acesso à renda”.

“A lógica é simples: quem recebe salário médio ou baixo paga comida e transporte,

quem tem alta renda compra casas para alugar, ações e outras aplicações financeiras que rendem”.
“Isto leva a um processo de acumulação de fortuna, ainda mais quando passa de pai para filho, criando castas de ricos”.

“Um exemplo simples ajuda a entender o processo de enriquecimento cumulativo: um bilionário que aplica um bilhão de dólares para render módicos 5% ao ano está aumentando a sua riqueza em 137 mil dólares por dia. Não dá para gastar em consumo esta massa de rendimentos”.

Reaplicados, os 137 mil irão gerar uma fortuna anda maior”.

“É um fluxo permanente de direitos [extração da mais valia, saque, roubo] sobre a produção dos outros, recebido sem tirar as mãos no bolso”.