O primado do bem mais universal, mais difuso, da sociedade, nos textos de Bento XVI.
Bento XVI, na encíclica “Deus caritas est” (n. 29, de 2006), lembrou que “o dever imediato de trabalhar por uma ordem justa na sociedade é próprio dos fiéis leigos. Os leigos, como cidadãos do Estado, são chamados a participar pessoalmente na vida pública, assumindo funções legislativas e administrativas que se destinam a promover, orgânica e institucionalmente, o bem comum”.
O catolicismo, como o estoicismo, tem, em suas entranhas, o elogio do bem comum, da razão, da virtude, da natureza, do corpo, da vida social, da política, do Estado.
Toda a estrutura da sociedade e do Estado deve ser pautada pelo ideal do bem comum ou geral, que é o bem de cada pessoa, de cada família e de toda a sociedade, abarcando a sacralidade de cada pessoa e dos conjuntos de pessoas.
O bem geral ou comum é o bem maior, o núcleo fundamental da ética, sendo a plenitude do ser, da natureza em geral e da natureza humana, em especial.
Os Santos Padres usaram também as expressões “utilidade geral” e “interesse geral” para designar o bem geral, especialmente Santo Agostinho, seguindo os textos de Cícero (unindo corretamente honestidade e utilidade, praticidade, ortopráxis, bom pragmatismo).