A influência da concepção cristã atingiu o mundo todo, todas as constituições dos cerca de 240 países, povos.
Um exemplo deve bastar, para deixar este ponto claro. Há influência cristã mesmo em Ho Chi Minh (1890-1969, cujo nome significa “aquele que ilumina”), um grande líder vietnamita (que viveu na França católica e mesmo no Rio de Janeiro por seis meses, em 1911).
No “Testamento” do grande Ho Chi Minh, ele escreveu: “Toda minha vida, eu tentei o melhor que pude servir à Pátria, a revolução e o povo. Se preciso agora deixar este mundo, não me arrependo de nada, exceto não poder servir mais e mais. Quando eu partir, grandes funerais devem ser evitados, para não gastar dinheiro e o tempo das pessoas” (lembro que, no Vietnam, cerca de sete por cento da população é católica).
Ho Chi Minh completou o testamento, dizendo: “Meu último desejo é que… construam um Vietnam pacífico, unificado, independente, democrático e próspero”. O texto do “Testamento” contém até mesmo uma nota de permanência da personalidade após a morte, ao dizer “quando eu partir” ou “deixar este mundo”, explicitando idéias cristãs e da religiosidade oriental que pautaram a infância de Ho Chi Minh, tal como muitos de seus esforços pelo bem do Vietnam.
Num parêntese, a “ostpolitik” (política para o leste, para o oriente) do Cardeal Agostino Casaroli (1914-1998), com o apoio e orientação de Paulo VI, foram essenciais para a reaproximação da Igreja com o pensamento socialista (o socialismo nasceu com fontes religiosas).