O trabalho deve ser pessoal e social, com dupla natureza

Como explicou Pio XII, num discurso de 15.11.1946, “o verdadeiro conceito católico do trabalho” (aplicável à economia, à política, ao trabalho jurídico, pedagógico etc) pressupõe a “união” consensual das pessoas “num serviço comum para as necessidades do povo”, “para o aperfeiçoamento” da natureza, “uma cooperação” das pessoas e das “famílias na economia pública”.

O “trabalho” (a ação humana pessoal e social, os poderes humanos, inclusive o poder público) deve “prover às necessidades da vida” (cf. Leão XIII, na “Rerum”, 36).

A natureza humana foi criada por Deus para o trabalho cooperativo, dialógico, para operar pelo diálogo, visando o bem comum.

O poder humano, que é uma forma de trabalho, também exige estrutura dialógica e adequação ao bem comum, como critérios de legitimidade, de correção. Critérios que mostram como Deus quer que o poder seja, como Deus planejou o poder humano.

O ideal divino do poder é o poder dialógico e pautado pelo bem comum, à imagem do poder divino.