A concepção de socialismo humanista de Leon Blum tinha inúmeros pontos comuns com o catolicismo social.
Leon Blum (1872-1950) teve o mérito de dirigir o partido socialista na França e a Frente Popular. Escreveu o livro “A escada humana” (1945), esboçando uma síntese entre humanismo e marxismo, ou seja, uma síntese socialista humanista, próximo ao pensamento social da Igreja.
Tal como Rodbertus e Lassalle, na linha de Louis Blanc e Buchez, Leon Blum defendia a expropriação legal progressiva dos grandes capitalistas.
Fundamentava seu socialismo na razão, no humanismo, na misericórdia e na equidade.
Blum expôs uma teoria da evolução nos moldes da de Lavrov e Kropotkin, com base na melhoria intelectual e ética da humanidade (a mesma base da teoria evolutiva da Igreja, exposta por Alceu, Teilhard de Chardin e outros).
O velho Blum defendia a aliança com os católicos e suas idéias de “democracia social” coincidiam as idéias de “socialismo democrático” de Laski e do trabalhismo inglês, fundado em estruturas cristãs e no melhor da ética judaica.
O “reino de Deus”, o próprio Deus, está presente quando há igualdade social, amor etc.
Neste sentido, Adam Schaff escreveu: “o ponto de partida do socialismo, de todo socialismo, é a pessoa e o protesto contra a desumanização da vida, e, por conseguinte, o seu ponto de partida é o amor às pessoas, sofrimento em face da desumanização, da humilhação, da desgraça”.
O socialismo nasceu cristão, pré-marxista, sendo, em certo sentido, como apontou Adam Schaff, “idêntico a amar às pessoas”.
O socialismo, fiel a suas fontes cristãs e hebraicas, é, nas palavras de Schaff, “a doutrina do amor ao próximo, tanto em relação ao ponto de partida, como em relação ao objetivo”.