O trabalhismo, em Israel, tem ampla base racional ética, no melhor da ética judaica

Os textos de homens como David Ben Gurion (foi secretário geral do Histadrut, a CUT de Israel) também são textos trabalhistas, de um socialismo democrático, de fundo hebraico, que estão em boa harmonia com o melhor da Doutrina social da Igreja.

Demonstram que o melhor do pensamento do Estado de Israel é um pensamento socialista democrático (trabalhismo), e não o sionismo imperialista do Likud, atrelado à direita republicana dos EUA.

O melhor pensamento social de Israel é o trabalhismo, que estava presente no Bund, tal como nos governos trabalhistas de Israel. 

O livro de Ben Gurion, “A classe operária e a nação” deixa claro o fundo judaico de seu socialismo.

Golda Meier (n. 1898) também era do Mapai, o Partido Trabalhista de Israel, fundado em 1930. Golda foi Ministra do Trabalho e das Relações Exteriores. A religiosidade de Golda foi provada, inclusive quando visitou a URSS, indo na sinagoga etc. 

Houve também o Poalei Agudath, um Partido Trabalhista religioso, fundado em 1924.

A URSS foi aliada de Israel, enquanto o Partido Trabalhista tinha maioria, em Israel.

Os melhores anos do Estado de Israel ocorreram sob governos do Mapai, com boas coalizações e coligações com o Mapam, o partido socialista. O partido comunista é chamado de Maki. Nestes anos, houve atos errados contra os palestinos, mas também houve a tentativa de criar um Estado social amplo, trabalhista, democrático, sendo esta parte o bom trigo, que deve ser reconhecido e elogiado. 

O texto da “Proclamação do Estado de Israel”, de 14.05.1948, mostra bem o conteúdo comum entre o pensamento hebraico e o melhor da Paidéia. A “Proclamação” destaca “os direitos históricos do povo” e a “jurisprudência das Nações Unidas” como “bases” da proclamação. Diz que o Estado é estabelecido (instituído) para “promover o progresso do país, em benefício de todos os seus habitantes”. Que o Estado deve manter “a igualdade política e social de todos os seus habitantes”, cooperando para “o bem comum”. Estes pontos estão no melhor do judaísmo, do cristianismo e da Paideia ampla. 

Os direitos dos povos nascem no rio da história e estão sujeitos às obrigações perante a humanidade (os outros povos, as “nações unidas”), ou seja, ao bem comum da humanidade.

Estas idéias boas, infelizmente, foram, em muitos pontos, infringidas pelos erros do sionismo, mas, sem a menor dúvida, há na cultura hebraica as idéias fundamentais da democracia popular-social, do Estado social, da economia mista etc.