A “Mensagem dos bispos do Terceiro Mundo” (um documento firmado por Dom Hélder e outros bispos em 1968) é claríssima sobre o mal do capitalismo, e sobre a necessidade de reconduzir para as suas verdadeiras fontes cristãs as correntes da solidariedade, da socialização etc:
“… a Igreja, de um século para cá, tem tolerado o capitalismo com o empréstimo a juros legais e outros uso dele, pouco conformes com a moral dos Profetas e do Evangelho. Mas, ela não pode senão regozijar-se ao ver aparecer no meio dos homens outro sistema social menos distante desta moral. Caberá aos cristãos de amanhã, segundo a iniciativa de Paulo VI, reconduzir as suas verdadeiras fontes cristãs essas correntes de valores cristãos que são a solidariedade, a fraternidade (cf. “Ecclesiam Suam”). Os cristãos têm o dever de mostrar que “o verdadeiro socialismo é o cristianismo integralmente vivido, na justa repartição dos bens e a igualdade fundamental”. Longe de nós mostrar-nos contrários a ele; é, antes, necessário que adiramos com alegria, como a uma forma de vida melhor adaptada a nosso tempo e mais conforme com o Espírito do Evangelho” (“Cuadernos de Marcha, n. 9, janeiro de 1968. De Camilo Torres a Helder Câmara)”.