No núcleo mais profundo do movimento democrático e das correntes socialistas e comunistas há inúmeras sementes de verdade e idéias cristãs, como reconheceram Pio XI, Pio XII, João XXIII, Paulo VI e João Paulo II.
O principal é distinguir os bons elementos (os bons sinais, sementes do Verbo) e acolhendo-os, jogando fora os erros das partes más (a água suja que lavou o bebê).
Por exemplo, a Liga dos Justos, que praticamente ensinou a Marx o abc do socialismo, nasceu cristã, inspirada nos textos cristãos de Lamennais, Sismondi, dos carbonários, de Philip Buonarotti (1761-1837), Giuzeppe Mazzini, Saint-Simon (vide “O novo cristianismo”), Weitling, Ludwig Borne (1786-1837, cristão), Victor Considerant (1808-1893), Benjamin Buchez (1796-1865) e de Etienne Cabet.
A Liga defendia, antes de Marx, a “teoria da comunidade de bens”, com base no livro “Atos dos Apóstolos”, usando os textos de Santo Tomás Morus, Campanella, Mably, Morelly.
A Liga usava textos do cristianismo primitivo, de São Basílio e Moisés, o mesmo fazendo, depois, Rosa de Luxemburgo e outros expoentes do socialismo.
Esta comunidade de bens é o princípio da destinação universal dos bens e faz parte essencial da ética cristã e hebraica. Não exige a eliminação da propriedade, só da propriedade baseada na exploração e na acumulação.