Destinação universal dos bens e controle pelos trabalhadores do processo produtivo, linhas gerais da Doutrina social da Igreja

Albert Mun – tal como Étienne Lamy ou Jacques Piou – destacava corretamente a boa linha doutrinária da Igreja, no século XIX, ao escrever: “muitas de nossas idéias estão em germe em Lamennais, Montalembert, Lacordaire e a escola de Buchez”.

O mesmo foi dito, alguns anos depois, por Marc Sangnier, no livro “Reformadores sociais” (1932).

A “Rerum novarum” (15.05.1891) apenas chancelou algumas idéias bem mais antigas, condensadas e expostas por Buchez, Lamennais, Lacordaire, Montalembert, Ozanam, Ketteler, a União de Friburgo, De Mun, a Escola de Liège, Péguy, Mounier e outras boas correntes, precursoras da teologia da libertação e da doutrina social da Igreja.

As idéias de Buchez e de Ozanam podem ser resumidas no ideal de uma “democracia participativa e social”, um grande Estado social, economia mista. Este ideal concreto está nas entranhas da “doutrina social da Igreja” e na teologia da libertação.

De fato, há como que uma linha solar e brilhante entre os textos bíblicos, da Paidéia, dos Santos Padres, da escolástica, de Santo Tomás Morus, Vives, Gil Vicente, Montaigne, Las Casas, Vitória, Suárez, Bellarmino, Vieira, Montesquieu, Mably e os políticos latino-americanos que participaram do movimento de independência de seus países.

Esta linha é a mesma de Manzoni, Daniel O´Connell, Tocqueville, Ozanam, Buchez, Balmes, Ketteler, Toniolo, Georges Goyau (um grande apóstolo), Antônio Pottier (1849-1923), Marc Sangnier e os grandes românticos.