Albert Camus (1913-1960), no livro “Primeiros cadernos“ (Lisboa, Ed. Livros do Brasil, sem data, embora a edição deve ser de 1963, p. 313), também adotava como ideal ético o “humanismo”.
Camus ensinava que “o homem pode dominar em si tudo o que deve ser dominado. Ele deve restaurar na criação tudo o que pode ser restaurado”, deve sempre se “revoltar” “contra o mal”.
No fundo, estas idéias são cristãs, pois tudo que é humano é cristão, dado que o cristianismo busca a plenitude da vida, da natureza, da criação.
O humanismo é a base filosófica do cristianismo, é a “filosofia cristã”, como destacaram Maritain e Paulo VI.
Camus, dando continuidade aos ideais da Tradição hebraica e cristã (e da Paidéia), queria que o ser humano fosse “senhor de si próprio”. Isso ocorreria pela combinação da justiça (da igualdade social) com a liberdade (socialização com personalização, cf. Dom Hélder).
Na frase de Camus, “se o homem falha na conciliação da justiça [igualdade socialização] e da liberdade (personalização), então falha em tudo”.
Camus gostava de citar a seguinte frase de Marx: “um fim que necessita de meios injustos não é um fim justo” (nesta frase, Marx critica a tese do maquiavelismo, tese condenada também pela Igreja, poucos anos após o livro “O príncipe”, de Maquiavel).