Jacques Maritain escreveu o livro “Humanismo integral” (São Paulo, Cia. Ed. Nacional, 1941), onde expõe o ideal histórico concreto dos cristãos.
Maritain lembra que as ideias cristãs têm ideias éticas comuns a todas as pessoas. Estas ideias, marcadas pela universalidade (católico é uma palavra grega, cujo significado é “universal”), na vida prática, geram um ideal prático histórico.
Este ideal exige, nas palavras de Maritain, “novas estruturas sociais”, “um regime novo de vida social que suceda ao capitalismo” (pp. 46 a 56, do livro citado).
Maritain trabalhava em parceria com Emmanuel Mounier e auxiliou este na fundação da Revista “Esprit”.
Maritain apenas continuou a linha das ideias de Mably, William Cobbett, Sismondi, Lamennais, Ozanam, Buchez, Ketteler, Hitze, Lacordaire, De Mun, Tocqueville, Antoine, Liberatore, Adolph Wagner, Pesch, John Ryan, Chesterton e outros, defensores de um modelo de economia mista, democracia popular e vasto Estado social.
Uma parte destas fontes também geraram boa parte das ideias de Marx (especialmente Cobbett, Sismondi, Lamennais, Buchez e outros). São ideias católicas dentro do marxismo, que devem ser resgatadas, com atribuição correta das fontes.
O ideal histórico concreto é basicamente uma Democracia popular participativa, com economia mista (grandes estatais, cooperativas e um setor privado com pequenas e médias empresas familiares, sendo este o tripé do núcleo da economia), amplo Estado social, planejamento público participativo da economia, redução maciça da jornada de trabalho, estabilidade no emprego, participação na gestão da produção e nos lucros, imensa legislação trabalhista e previdência, renda básica para todos etc.