O padre Lamennais (1782-1854), se estivesse vivo, teria gostado muito de Leão XIII, tal como Marc Sangnier teria beijado as mãos de João XXIII e abraçado os teólogos da libertação.
Antes de Marx, Lamennais descreveu a escravidão atual dos trabalhadores, com as seguintes palavras:
“o capitalista e o proletário têm, entre si, efetivamente, as mesmas relações existentes entre o senhor e o escravo das sociedades antigas.
O que é o escravo perante o senhor? Um instrumento de trabalho, uma parte e a mais preciosa de sua propriedade… e o que é o proletário em vista do capitalismo? Um instrumento de trabalho. Livre no direito atual, legalmente livre em sua pessoa, ele não é realmente a propriedade vendável ou comprável de quem o emprega. Mas esta liberdade é fictícia. O corpo não é escravo, mas a vontade o é. (…) As cadeias do escravo moderno são a fome”.
Lamennais influenciou os melhores textos da Liga dos Justos, que antecedeu Marx, e deu a Marx suas melhores ideias.
A Liga era basicamente cristã, como fica claro com os textos de Weitling, Karl Shapper, Auguste Becker e outros.