Maritain, no livro “Humanismo integral” (editado na França, em 1936, e no Brasil, em 1941), reconhece e atesta que uma boa parte das ideias socialistas e comunistas vem de fontes cristãs, tem fontes cristãs e hebraicas claras.
Maritain diz – “Há também, entre os elementos originários do comunismo, elementos cristãos. S. Tomás Morus tinha idéias comunistas. Em suas fases preparatórias, não foi sempre ateu o comunismo […] a idéia mesma de comunhão é uma ideia de origem cristã. E são virtudes cristãs desviadas” (cf. Chesterton), “são as energias religiosas da alma que o comunismo se esforça por canalizar em proveito da sua própria obra e de quem tem necessidade para subsistir”.
Paulo VI elogia esta obra, citando-a na bibliografia da Encíclica Populorum Progressio (nº 42), afirmando a respeito de um humanismo que tenda ao Absoluto: “Tal é o verdadeiro e pleno humanismo que se há de promover”.
João Paulo II, em várias ocasiões, usa a expressão de Maritain, “humanismo integral” (pleno), escrevendo: “Como conseqüência, torna-se hoje tanto mais necessário e urgente propor os valores de um humanismo pleno, baseado no reconhecimento da verdadeira dignidade e dos direitos do homem, aberto à solidariedade cultural, social e econômica entre pessoas, grupos e nações, na consciência de que uma mesma vocação reúne toda a humanidade”, cf. Mensagem para a XVII Jornada Mundial da Comunicações Sociais.
O mesmo João Paulo II, na encíclica Sollicitudo Rei Socialis (1987), comemorativa dos vinte anos da Populorum Progressio, deixou claro que o humanismo integral (pleno) é fundamental na questão cultural e social.