Uma sociedade humana, organizada para a plenitude da dignidade humana, não deve permitir a existência de ricos e nem de miséria, como foi bem explicado nos textos das três éticas de Aristóteles.
A mediania ou vida simples (cf. Santa Catarina de Sena) é o ideal cristão e natural.
O termo “rico”, nos dias de hoje, convencionalmente, designa quem tem um milhão de dólares para investir, livres (ou seja, sem contar a residência principal, móveis, carros etc e, friso, há mansões de mais de 100 milhões de dólares e carros de cerca de um milhão de dólares).
Há 8,6 milhões de milionários, com um Milhão líquido e livres, para gerar juros nos investimentos, no mundo em 7,2 bilhões de habitantes.
Além deste escândalo obsceno, há ainda os multimilionários e os bilionários, como Bill Gates, que detém mais do que vários dos cerca de 240 países do mundo.
Como explicou Pio XI, a sociedade não pode aceitar tamanho excesso de poder, os bens produtivos grandes atribuem poder excessivo e devem ser públicos (ou com estruturas cooperativas, sujeitas ao planejamento e controle públicos).
A medida dos preços e a medida da quota-parte de cada pessoa nos bens, feitos para todos, deve ser aferida pelo critério central do planejamento que é o conjunto das necessidades das pessoas, como explicaram Aristóteles e também o Evangelho. Primeiro, devem ser atendidas as necessidades básicas de todos e só depois a sociedade pode admitir que os bens familiares se ampliem com supérfluos, desde que isso não implique em condições e situações infra-humanas para outras pessoas.