Hobbes, absolutista, aponta o amor da Igreja pela Paideia e pela Democracia popular.

O amor católico à Paidéia, especialmente á tradição socrática-platônica e aristotélica, embora com preferência pelos textos estóicos na parte ética, foi constatado inclusive por Hobbes.

Hobbes, no século XVII, ideólogo do absolutismo, em seu livro “Leviatã” (2ª. edição, São Paulo, Ed. Abril, 1979, p. ), descreveu a “filosofia moral e civil” da escolástica, da Igreja Católica, exposta nos textos de Cícero e de Aristóteles:

Com a filosofia civil de Aristóteles aprenderam [os católicos, a Igreja] a chamar a todos os Estados que não fossem populares (como era então o Estado de Atenas) tiranias. A todos os reis chamaram tiranos. (…) Como também aprenderam a chamar à condição do povo sob a democracia de liberdade. (…). Atribuem maus epítetos a seus superiores, desconhecendo sempre (até talvez um pouco depois de uma guerra civil) que sem esse governo arbitrário tal guerra seria perpétua e que são os homens e as armas, não as palavras e promessas, que fazem a força e o poder das leis. E portanto este é um outro erro da política de Aristóteles, a saber, que num Estado bem ordenado não são os homens que governam, mas sim as leis”.

De fato, a concepção política jusnaturalista de Sófocles, Protágoras, Sócrates, Platão, Aristóteles, dos estóicos e de Cícero, de Seneca e Epiteto, de Marco Aurélio, do melhor da Paideia, foi acolhida pelos Santos Padres, especialmente Santo Ambrósio, São Jerônimo, Santo Agostinho, Santo Tomás, Suárez e pelo Vaticano.

É parte intrínseca da Fé católica, a parte de ética social, parte essencial e vital, que nos leva à luta pela Democracia popular, Estado social, distributismo, igualdade social, bem comum, economia mista etc.