Os elamitas, a influência semita e os persas

A cidade de Sardes, a capital da Lídia, foi conquistada por Ciro, rei da Pérsia, em 549 a.C.

A Lídia e os Medos eram aliados. Ciro era de uma família oriunda dos Medos e da linhagem elamita, semita.

O Elam era uma região a leste de Babilônia. A Bíblia menciona Elam desde o início, em Gn 14,1-11, ao falar de Abraão. A região do rio Jordão pagava tributos ao rei Codorlaomor, rei dos elamitas, um povo semita.

O nome de “Elam” significa “alto”, em referência a “El”, que é o nome usado pelos semitas e pela Bíblia para designar Deus. A palavra grega Elymais conservou esta raiz semita. Os elamitas são considerados semitas pela Bíblia (cf. Gn 10,22 e I Cr 1,17). Os elamitas uniram-se aos medos para tentar vencer os babilônicos (cf. Js 21,2). Há referências aos elamitas em Jeremias (Jr 49,34-39) e em Ezequiel (Ez 32,24-25).

Ciro II transformou a capital do Elam, Susa, em residência real (cf. Daniel 8,2).

Susa foi a cidade onde atuou Ester, como fica claro no livro “Ester”, na Bíblia. Ester conseguiu que Mardoqueu fosse elevado ao cargo de Primeiro Ministro da Pérsia, o que mostra bem a influência hebraica-semita no coração do império persa.

Os elamitas lutaram ao lado dos assírios (cf. Is 11,11; 21,2; e Ez 32,24). Parte dos elamitas foi viver em Canaã (cf. Esdras 2,7; 4,9 e 8,7; e Ne 7,12; e 10,14).

O Novo Testamento, ao tratar do Pentecostes, menciona os elamitas (cf. At 2,9), deixando clara a relação dos elamitas com a cultura semita-hebraica.

A Bíblia ensina que Elam foi o primogênito de Sem (cf. Gn 10,22).

Ciro libertou os hebreus do cativeiro da Babilônia e estava em amplo contato com as tradições semitas e hebraicas.

A cidade de Ecbátana era a capital da Média, sendo mencionada na Bíblia como Hazmeta. Ecbátana era a capital da Média e foi, depois, a residência de verão dos reis persas (cf. Esdras 6,2). Ecbátana foi fundada pelo rei Arfaxad (cf. Judite 1,1-3). Em Ecbátana, residia Raquel, que foi procurada por Tobias (cf. Tb 3,7; 6,7), como é bem descrito no livro “Tobias”, na Bíblia.

A Bíblia menciona Ecbátana também em 2 Mc 9,3. Foi nos arquivos de Ecbátana, que o rei Dario encontrou o decreto de Ciro II, sobre a reconstrução de Jerusalém.

Em 550 a.C., Ciro II tomou Ecbátana, a capital dos Medos, apoderando-se do trono dos Medos, que foi a base do Império Persa. Neemias chama Ecbátana de “birá”, fortaleza. Ecbátana é, hoje, denominada de Hamadã, capital da Média.

Heródoto diz que a tese da “pureza” da cultura grega é uma “rematada tolice”. Explica que existiam nas doze cidades jônias “uma parcela significativa de Abantes de Eubéia”, tal como de “Cádmios” (fenícios, semitas), “Dríopes, dissidentes Fócios, Molossos, Pelasgos da Arcádia, Dórios de Epidauro e tantos outros povos”.

Heródoto, Pausânias e Estrabão (64 a.C. a 19 d.C.) constataram a mistura de povos, com grandes influências orientais, semitas.

Foi na Jônia, na Ásia, que a filosofia começou e esta área sempre esteve ligada aos semitas, como pode ser visto na história de Sardes, na adoção pelos gregos do alfabeto fenício-semita e mesmo na cunhagem de moedas etc.  Mais tarde, com o estoicismo, filosofia nascida sob amplo influxo fenício, a influência semita aumenta. Boa parte da Paideia tem origem e matriz semita, ponto que é explicado pelo difucionismo. Isso explica a razão da Igreja ter adotada a Paideia, pela origem semita de boa parte da Paideia e pela coincidência de conteúdos gerada pela luz natural da razão.