Ter caridade é querer abolir a miséria, erradicar a miséria, o sofrimento

Santo Tomás citava a frase de Dionísio Aeropagita, onde este último escreveu: “pertence à razão do bem comunicar-se aos demais”, tornar-se comum aos outros.

São Tomás de Aquino também escreveu que “caridade é princípio da compaixão”, que nos leva a “querer, por caridade, a remoção da miséria do outro” (cf. “Suma Teológica”, Supl. q. 94, a. 2, ad. 1).

Compaixão (compartilhar a paixão do outro) é sinônimo de simpatia, significa compadecer-se (sofrer) pelo sofrimento do próximo, sentir o sofrimento do outro como se fosse o próprio. No fundo, é amar o próximo como a si mesmo. Querer para o próximo o que gostaria que fosse feito a si mesmo. 

No mesmo sentido, São Vicente de Paulo escreveu, parafraseando um texto de Santo Agostinho, que a caridade deve informar (reger) as estruturas sócio-econômicas e políticas para gerar uma sociedade sem miséria, sem exploração, sem ricos.

Uma sociedade pautada pela caridade, como explicou Santo Agostinho, é uma sociedade sem miséria, pautada pelo bem comum, pelo distributismo, com amplo patrimônio público e bens pequenos e médios para todos.