Anatole France, no livro “O jardim de Epicuro”, escreveu que “a existência seria intolerável se não houvessem sonhos”. Escreveu também que o melhor da vida “é a idéia que nos sugere que há algo indefinível que não se acha nela. O real só nos serve para construir, melhor ou pior, um pouco de ideal. Talvez não seja útil para outra coisa”.
Nesta obra referida acima, Anatole France defende uma vida simples, com base nos estudos, nos prazeres simples e honestos etc. O mesmo ideal dos estoicos, ideal que a parte boa dos textos de Epicuro defendia e isso foi visto corretamente por Sêneca, quando mostra a parte boa dos textos de Epicuro, em boa sintonia com o estoicismo.
No livro “Opiniões de Jerônimo Coignard”, de Anatole France, o personagem principal é o abade Coignard, uma “mescla maravilhosa de Epicuro e de São Francisco de Assis”, “os dois melhores amigos que a humanidade sofrida encontrou em sua marcha desorientada”. Anatole coloca um personagem literário padre, para ser o porta-voz de sua doutrina, de suas ideias sobre a vida, o que mostra o apreço de Anatole por parte das ideias cristãs.
No livro, “Opiniões de Jerônimo Coignard”, Anatole France elogia Sully e Richelieu, dois grandes católicos.
No entanto, Anatole cometeu erros graves, pois se divertia atacando a luz natural da razão, que seria um “traste molesto”. Anatole fazia isso para valorizar os afetos, os sentidos, o instinto e neste ponto estava correto, mas deveria saber que o elogio católico da razão natural ocorre com o elogio simultâneo dos sentidos, das percepções, do instinto e das emoções.
Os bons textos de Anatole foram corretamente apreciados por Rui Barbosa e Joaquim Nabuco, dois grandes católicos. Os bons textos de Anatole são aqueles que mantêm a linha cristã. Seus piores textos são horríveis e prejudiciais, de um hedonismo vazio, embora temperado, pois chegou a criticar as piores obras de Zola, a parte ruim das obras realistas de Zola.