Francisco I conta sobre como foi alvo de tentativa de corrupção e quis até insultar e chutar o corrupto tentador.

Francisco I contou numa entrevista – “Recordo que uma vez, no ano de 1994 – tinha acabado de ser nomeado bispo do Bairro Flores, em Buenos Aires – vieram ter comigo dois trabalhadores ou funcionários dum Ministério, dizendo-me: «O senhor tem aqui tanta necessidade, com tantos pobres nas Villas Miséria». «Oh sim!» – retorqui; e contei. «Nós podemos ajudá-lo. Conseguimos, se quiser, uma ajuda de 400.000 pesos». Naquela altura, o peso e o dólar equivaliam-se: eram 400.000 dólares americanos. «E vós conseguis?» «Mas certamente». Eu ouvia-os, pois, «quando a esmola é demasiado grande, até o Santo desconfia» e eles continuaram: «Para isso, nós fazemos o depósito e depois o senhor dá-nos metade».

Naquele momento, pensei: Que fazer? Ou insulto-os e dou-lhes um pontapé onde não bate o sol ou faço-me de desentendido.

Fiz-me de desentendido. Disse-lhes (e era verdade!): «Os senhores sabem que nós, nas vigararias, não temos conta; os senhores devem fazer o depósito na arquidiocese com recibo». «Ah, não sabíamos… prazer…» E foram-se embora”. 

Meu comentário – Francisco I quis insultar ou dar um chute nas traseiras do corruptor, boa reação, mas foi educado, a Igreja aceita doações, com recibos, nas contas públicas das Dioceses, tudo às claras.