Balzac, autor católico, e a importância da socialização com personalização, economia mista

Balzac, no prefácio de sua monumental “Comédia humana”, em 1842, escreveu que “uma geração” é como “uma representação dramática em que quatro ou cinco mil personagens interpretam os principais papéis. O meu livro é o palco onde se desenrola esse drama” descrevendo cerca de dois mil personagens que reaparecem em vários livros.

Estes dois mil personagens não chegavam a 0,01% da sociedade francesa, ou seja, equivaliam a menos de um céntesimo de um centésimo da população da França, na época de Balzac, mas serviram para descrever a sociedade.

A concepção política da Igreja tem como ideal fazer com que todas as pessoas sejam personagens relevantes, sem a centralização de grandes papéis, sem reificação.

Todas as pessoas têm, naturalmente, pela Providência, um papel relevante, condizente com a dignidade humana presente em cada pessoa concreta e irrepetível.

A razão para isso é simples: a Igreja, como o próprio Marx notou, acredita que todas as pessoas são sagradas, são únicas (tendo a mesma natureza), tendo cada uma um papel na Providência, no Plano de Deus.

Assim, a socialização correta visa reforçar a personalização. A personalização é o desenvolvimento da personalidade presente em cada um de nós, com toda sua singularidade e diferenças legítimas.

Economia mista é a síntese do máximo de personalização com o máximo de socialização.