A sociedade no sentido amplo é uma construção, tal como o Estado.
A Bíblia também considera a própria Igreja como uma “construção” humana (“aedificatio”, daí a expressão para edificação), feita sob a luz da graça e da fé, mas com forças humanas (a graça opera por dentro, pela mediação da natureza, por meio desta, sem anulá-la).
A graça aperfeiçoa a natureza, atua por dentro, “penetra o nosso ser e o nosso agir, enobrece todo trabalho honesto”, cf. Pio XII, em 1943).
O próprio Cristo usou a imagem da construção de um edifício (cf. Mt 21, 42; At 4,11; e 1 Pd 2,7). A Igreja foi sendo construída por forças humanas (1 Cor 3,11) e ocorre o mesmo com o Estado, embora a atuação divina seja mais direta na Igreja.
O termo construção é complementado pelo resultado da construção, pois a Bíblia chama a Igreja de “Casa de Deus” (“Domus Dei”, cf. 1 Tm 3,15); “Morada de Deus” (“Habitaculum Dei”, Ef 2, 19-22); “Tenda de Deus” (“Tabernaculum Dei”, cf. Ap 21,3; e “Templo Santo” (“Templum Sanctum”. Nesta “Casa”, todos somos “pedras vivas” (cf. 1 Pd 2,5), partes atuantes.
Da mesma forma, a Igreja é chamada de “Jerusalém”, ou seja, de cidade, construção humana.