A Igreja apoiou a Democracia popular nos EUA, no México, na Costa Rica, Brasil, Argentina etc

Os detalhes do apoio da Igreja a Democracia popular, na América Latina, estão no livro de Enrique Dussel, “História da Igreja Latino-americana (1930-1985) (São Paulo, Ed. Paulus, 1989). Na página 30, Dussel, um argentino pró-peronistas, destaca o apoio da Igreja, no México, à nacionalização do petróleo, em 1938, por Lázaro Cárdenas, que governou de 1934-1940. Isso fez Cárdenas superar boa parte do anticlericalismo dos tempos ruins de Plutarco Calles. O México teve um grande padre, chamado padre Pedro Velásquez, “comparável a Alberto Hurtado e Gustavo Franceschi”, outras estrelas da Igreja, na América Latina. 

Em Costa Rica, o bispo Víctor Sanabria Martínez (1899-1952) apoio o governo popular de Calderón Guardia, de 1940 a 1948. O bispo Martínez conseguiu que o Núncio Mons Faffi condecorasse Guardia. Até o Partido Comunista costa-riquenho apoiou Guardia e até mudou o nome para Partido Vanguarda Popular, sem anticlericalismos. Então, o bispo Martínez declarou: “os católicos, que o desejarem, podem ingressar na nova organização”, no Partido socialista Vanguarda Popular. 

No Chile, a Igreja apoiou a Frente Popular, já em 1939. Por isso, mais tarde, foi o PDC, de Eduardo Frei, que fez a chilenização do cobre. E a Igreja apoiou as reformas sociais de Salvador Allende, com o apoio de Cardeais como Mon. Silva. O Chile teve estrelas como Monsenhor Manuel Larraín, bispo de Tasca, “a figura mais importante da Igreja latino-americana no século XX até sua morte em 22.04.1966”, na linha de Dom Hélder Câmara. 

Na Bolívia, mesmo Estensoro publicou, em 1938, artigos contra o fascismo, na linha republicana de Maritain e Bernanos. 

Nos EUA, a Igreja deu apoio ao New Deal, de Franklin Delano Roosevelt, na linha da Doutrina social da Igreja. Mesmo o padre Charles Coughlin, apesar dos erros horrendos antissemitas, defendeu o primeiro governo de Franklin Delano Roosevelt e queria a estatização dos bancos, a estatização de trustes, leis trabalhistas etc. Coughlin foi censurado pelo Vaticano pelos erros antissemitas e acabou acatando as censuras de Roma, cessando a pregação e terminando a vida como padre simples, numa paróquia.