A relação da Igreja com Getúlio Vargas foi, em geral, positiva e pacífica. Getúlio seguiu o ideário da Igreja, no que diz respeito aos direitos sociais, a intervenção do Estado na economia e respeitou a Igreja, reconciliando Igreja e Estado, em vários pontos.
No fundo, os católicos queriam a continuidade da Constituição de 1934, social, baseada nas reivindicações da Liga Eleitoral Católica e na Constituição de Weimar, da Alemanha, em 1919. Uma das melhores constituições até a década de 30, no mundo.
A Constituição de 1937, em vários pontos, foi rejeitada pela Igreja, retirando o nome de Deus, e demolindo a democracia. As matanças e violências de 1937 a 1939 não tiveram apoio da Igreja. A partir de 1939, até os comunistas passaram a apoiar Getúlio. Depois de 1941, o apoio do povo a Getúlio era maciço.
Numa carta de Felinto Muller a Getúlio Vargas (publicada no livro de Edgard Carone, “A Terceira República” (São Paulo, Ed. Difel, 1976, p. 13), há o registro da conversa de Filinto, a mando de Getúlio, com Monsenhor Dainese, o principal Jesuíta em 1938, Diretor Geral das Confederações Marianas do Brasil. A Carta é de 26.11.1938. Registra divergências da Igreja com a ditadura, a partir do golpe de 1937. Mas, registra também a boa relação. Como o Papa via Getúlio Vargas de forma positiva. Como o Cardeal Sebastião Leme terminou superando divergências.
O Congresso Eucarístico de São Paulo, em 1942, mostra como o getulismo social foi aceito pela Igreja.