Socialismo trabalhista inglês, aceito pela Igreja. Bom exemplo para nós

Os católicos, no Reino Unido e na Escandinávia (Suécia, Noruega, Islândia, Finlândia e Dinamarca) votam, em geral, nos partidos trabalhistas socialistas. E isso com o pleno consenso dos bispos católicos.

Os trabalhistas defendem democracia popular, democracia econômica, economia mista, Estado social.

Por exemplo, os Webb escreveram boas obras como “Democracia industrial”, “A organização pública do mercado de trabalho”, “A história das rodovias reais”, “A política das leis de ajuda aos pobres na Inglaterra”, “O movimento cooperativo na Grã-Bretanha”, “Socialismo na Inglaterra”, “Rumo à democracia social?”, “Socialismo e mínimo nacional” e outras, que deveriam ser editadas no Brasil.

O “Diário” de Beatrice Webb, tal como a “autobiografia” de Eleanor Roosevelt, mostram duas mulheres que combinavam religiosidade, apego à democracia e aos pobres, ao bem comum, aos direitos humanos.

O trabalhismo inglês constitui uma forma de socialismo democrático prático, de fundo cristão, de democracia popular, Estado social. Esta forma de socialismo foi aceita pela Igreja, pois nasce de fontes cristãs pré-marxistas e admite uma economia mista, onde o povo tenha bens e direitos.

A Igreja apoiou o trabalhismo no Brasil, na Argentina (nos melhores textos do peronismo) e também em vários países. Basta ver os documentos dos bispos católicos da Inglaterra, tal como da Austrália, da Nova Zelândia, do Canadá.

Os bispos católicos da Inglaterra, da Austrália e outros países ensinaram que o socialismo trabalhista, por ser democrático, não era condenado pelos textos papais.

Os leigos católicos, na Inglaterra, em geral, militam no Partido Trabalhista. Nos EUA, militam, em regra, na ala esquerda do Partido Democrático (um bom exemplo foi Ted Kennedy).