O ideal da economia mista de John A. Hobson

John Atkinson Hobson (1858-1940) foi um grande economista e reformador social, inglês. Foi admirado por Lenin, Hilferding, Rosa Luxemburgo, Schumpeter e por Keynes. Escreveu obras como “Fisiologia da indústria” (1889), “Imperialismo: um estudo” (1902) e “A evolução do capitalismo moderno” (1909).

Hobson atacou duramente a má distribuição das rendas, a insuficiência de consumo pelos trabalhadores. Atacou também a concentração do capital (excesso de poupança dos capitalistas, de acumulação). Queria mediania, igualdade social.

Hobson foi militante do Partido Trabalhista, de 1914 até sua morte, em 1940. 

Defendia obras públicas financiadas pelo Estado, tal como Keynes o faria, mais tarde.

No livro “A evolução do capitalismo moderno” (1909), defendeu a estatização das “indústrias-base” (p. 358, da edição em São Paulo, Ed. Nova Cultural, 1985, de “Os economistas”), da Grande Indústria, a Indústria da Grande Escala, “de grande porte”.

Hobson atacou o “laissez faire”. Mostrou que a intervenção do Estado na economia crescia no final do século XIX e no século XX, inclusive nos EUA, com o New Deal, sendo isso algo benéfico. Defendia economia mista, na linha trabalhista-fabiana. Não defendia a “socialização integral”, e sim apenas dos bancos, ferrovias, telefones, energia, educação,saúde, Justiça, seguros etc. 

Estas ideias de Hobson são, praticamente todas, harmônicas com a doutrina social da Igreja. Economia mista, Estado social, distributismo, boa síntese.