Helvécio defendia economia mista, Estado social, democracia popular

Helvécio era jusnaturalista, como a Igreja Católica, mais Condorcet, Paine, Diderot, Holbach e milhões de outros grandes pensadores. As melhores ideias do iluminismo eram ideias católicas. A Revolução Francesa foi liderada por vários padres e por milhões de leigos católicos. 

Helvécio elogiou os jesuítas, por estes terem destacado a importância das leis, da educação e do Estado na ética, na experiência da República dos Guaranis, no Brasil.

No livro “Do Espírito” (II, 22), Helvécio segue a mesma base ética de Aristóteles e de Cícero, que tem as mesmas linhas que a Doutrina da Igreja, da Bíblia. Há também alguns erros individualistas, capitalistas e anticlericais, erros que levaram a Igreja a criticar a obra. Há o joio e há o bom trigo, tal como nos textos de Rousseau, Diderot, D´Alembert, Holbach e outros. O mal nunca existe sozinho, até para existir precisa ter em si uma parte boa (a natureza de Satanás é feita por Deus e tem coisas boas, o que há de errado em Satanás são algumas ideias erradas e maus atos, mas há a parte boa, pois é um Anjo criado por Deus, que o mantém vivo, livre, ainda que com ação limitada, para tentar pessoas, e nisso nos melhora, quando resistimos ao Mal, crescemos no bem, em santidade). 

Helvécio ensinou  corretamente a linha da economia mista, quando escreveu: “o estudo dos moralistas”, de todas as pessoas, “consiste” elaborar sínteses amplas “para enlaçar o interesse pessoal com o interesse comum”, esta “união de ambos interesses é a obra mestra que deve propor-se a moral”, harmonizando a “felicidade particular” com “o bem público”, transformando “a felicidade das nações” num “benefício devido à moral”. Correto. A ética é o conjunto das ideias práticas dialógicas e criativas para manter, proteger e ampliar o bem de todos, o bem comum, sendo ideias em fluxo crescente no tempo. Como destacou Champlin, tudo floresce no tempo. Fomos criados para melhorias eternas. Até Deus melhora com o tempo, pois um Ser Perfeito é um Ser que se autoaperfeiçoa. 

Helvécio não era ateu. Albert de Mun, um grande expoente da doutrina social da Igreja, era bisneto de Helvécio e também defendia economia mista etc. Nos EUA, um dos bisnetos de Benjamin Franklin virou padre jesuíta. Deram continuidade às ideias de seus ilustres ascendentes. 

O equilíbrio entre o bem pessoal e o bem social, ECONOMIA MISTA, está no núcleo mais profundo da ética cristã e hebraica, que é apresentada para auxiliar o processo natural da razão, em todos. Por isso, Pio XII ensinava que “o Estado deve servir à pessoa e ao bem comum, que é o reflexo social do bem das pessoas”. Como ensinaram Platão, Aristóteles, os estóicos e outros, o bem comum é o núcleo da ética, do Direito, do Estado. Bem comum é o bem de cada pessoa, cada família e o bem social (da sociedade), em boa síntese.

Bem comum é o mesmo que economia mista. Está no núcleo da teoria mista de Estado de Platão (vide “República” e “Leis”), de Aristóteles (vide tratados de ética, “Política” e “Economia”) e no núcleo dos grandes dos estoicos, inclusive de Cícero, que seguiu as ideias estoicas, em boa síntese com as ideias do platonismo médio e do aristotelismo médio.  A filosofia cristã ou natural é a síntese do melhor da Pensamento grego com o melhor do Pensamento Hebraico, Fenício, Egípcio, Sumério, Persa etc. A filosofia cristã é a uma síntese aberta, das melhores ideias do mundo todo, em boa síntese com a Revelação.