Mably, Rousseau, Marat e Paine defenderam economia mista, com Estado social

Mably fundamentava suas idéias políticas nos seguintes autores, citados por ele mesmo, nesta ordem: “Políbio, Tucídides, Plutarco, Tito Lívio, Salústio e Tácito”, que ele “lia todos os dias” e “todos os dias encontrava alguma nova luz que ele não havia percebido antes”. Também destacava “o tratado das Leis de Platão e sua República” e o livro “Política” de Aristóteles.

Mably, como os santos Padres, mesclava o melhor da Paidéia com as idéias bíblicas, semita-hebraicas e, com estas fontes, defendia economia mista, distributismo e Estado social.

O ideal de Mably era uma “República federativa”, de fundo pequeno burguês, camponês e artesã, formada por pequenos proprietários e tendo vasto patrimônio público aberto a todos. No fundo, este ideal é o ideal histórico da Doutrina Social da Igreja, como pode ser visto até nos textos de De Gaulle. Também era o ideal de Rousseau, exposto principalmente nos livros “Projeto de constituição para a Córsega” e projeto de constituição para a Polônia.

Também era o ideal de Paul Jean Marat, que deixou ótimos textos, inclusive penais, junto com textos horríveis sobre guilhotinas (joio….). Em parte, era o ideal de Thomas Paine, inclusive nos seus textos sobre renda universal, a ser dada pelo Estado, para erradicar a miséria. 

Rousseau apenas repetia as lições de Platão, de Aristóteles e da própria Bíblia, nas leis de Moisés, nas regras do livro “Provérbios”, nos textos dos Profetas, nas lições do próprio Cristo e de Maria, sobre a difusão de bens para todos, adotando o critério bíblico de “a cada um, de acordo com suas necessidades” (cf. “Atos dos Apóstolos”, capítulos 2 e 4, lição duas vezes repetida, tendo Marx colhido da Bíblia a regra principal da divisão dos bens).