Os bispos católicos norte-americanos, representando uns 80 milhões de católicos estadunidenses, condenaram, por uma carta pastoral, a política belicista de Reagan em 1983.
Em 1986, redigiram a carta pastoral “Justiça econômica para todos”, onde fizeram duras críticas ao capitalismo e ao imperialismo econômico dos EUA.
O documento do Episcopado católico dos EUA, “Justiça econômica para todos”, ensinou pontos importantes também para o Brasil: a vida econômica, todos os bens, deve servir à dignidade humana, às necessidades humanas. Cabe ao Estado organizar a economia, intervindo, economia mista.
Os bispos católicos dos EUA destacaram a “opção preferencial pelos pobres”, que é “ver as coisas a partir dos pobres”.
Toda a economia (todos os bens) deve assegurar “a satisfação das necessidades básicas dos pobres”, dos necessitados, deve ser ordenada pelo Estado para a realização do bem comum, que é o atendimento das necessidades e dos interesses legítimos de todos.
Um dos pontos centrais foi ressaltar que a desigualdade na distribuição dos bens se reflete na distribuição do poder e no nível de participação das pessoas na vida pública, no Estado, no processo decisório (n. 183-185). Assim, a mediania, a igualdade, é necessária, até para haver democracia.
O núcleo da política econômica (da gestão, regulamentação, planejamento etc) dos bens está no atendimento dos necessitados, na difusão dos bens aos que não têm os bens suficientes para uma vida plena.
O “critério primordial para julgar o valor moral” das políticas econômicas é a medida se estas políticas atendem aos necessitados, ou não atendem, ou seja, é a verificação se o direito natural primário de acesso aos bens é concretizado ou não.
O direito natural primário de todos aos bens é a doutrina da destinação universal dos bens, também chamada de comunhão de bens.
Deus fez os bens para todos, para todos terem uma vida plena, feliz, abundante, digna.