Ruy Mauro Marini, no ensaio “Duas notas sobre o socialismo”, acerta quando defende, como medidas essenciais para transição de saída do capitalismo, medidas como: “o controle operário, a co-gestão e a autogestão das empresas; a luta eleitoral e a participação no parlamento e nos governos locais; a participação e o controle popular sobre as políticas orçamentária, educacional, de saúde, de transporte público, junto à reivindicação de uma maior autonomia regional e local; a democratização dos meios de comunicação e o rechaço da censura; a crítica às desigualdades de base econômica, étnica ou sexual: estes são alguns dos instrumentos de que as massas estão lançando mão, aqui e ali, para defender seus interesses, elevar sua cultura política e amadurecer seu espírito revolucionário. É por este caminho que elas estão se capacitando para — diferentemente do ocorreu até agora nas revoluções socialistas — assumirem, elas mesmas, a direção do processo de transição socialista. O que, ao fim e ao cabo, é a única garantia segura de seu êxito”.
Neste texto, Ruy Mauro lembra que a centralização soviética na economia (Gosplan, estatização exagerada) e a rejeição das diversidades regionais e de povos, foi um erro grave. Ou seja, sem ser muito claro, admite que o caminho correto é uma boa economia mista.