A religiosidade de H.G.Wells, economia mista, democracia popular etc

Herbert George Wells (1866-1946) foi um dos principais socialistas fabianos. Wells, seguindo idéias de Stuart Mill, achava que Deus é um Ser finito que é nosso aliado na luta contra o mal, pelo progresso social etc. No fundo, se entendesse melhor, veria que a limitação de Deus é auto-imposta, em respeito à natureza e à liberdade dos demais seres criados por Deus. 

Nos livros “The Soul of a Bishop” (A alma de um bispo) e “God the invisible King” (Deus, o rei invisível), Wells descreveu Deus como um Ser onipresente e onipotente. Wells, ao dizer que Deus era um Ser finito, queria dizer que era “injusto atribuir a Deus tudo” o que ocorre. Deus seria um Ser finito “que luta de uma maneira grandiosa como nós lutamos de maneira débil” e “é nosso aliado”.

Para este autor, estas idéias fazem parte da essência da “religião natural”. Wells foi um socialista fabiano místico, que estimava a religião e estas idéias eram mais ou menos compartilhadas por George Bernard Shaw, outro socialista fabiano com grande religiosidade e que gostava de se chamar “católico”. Bernard Shaw redigiu ótima peça com a vida de Santa Joana d´Arc, uma santa que os ingleses não tem muita razão para estimar, mas que ele elogiou, por ser uma camponesa nacionalista, em guerra contra o feudalismo. Joana d´Arc teria apoiado o rei da França para derrotar os senhores feudais e o imperialismo inglês.  Chesterton e Belloc eram amigos de Shaw e de H.G.Wells, com quem tiveram vários debates importantes. 

Os fabianos tiveram o mérito de associar a democracia e o socialismo, apontando que o socialismo é um desdobramento da democracia, um aprofundamento desta. Em outros termos, uma boa democracia popular.