O estoicismo tem raízes semitas, fenícias, hebraicas. Foi sempre amado pela Igreja

Na parte ética, o estoicismo foi a corrente mais acolhida pelos Santos Padres, porque tinha um conjunto maior de idéias racionais coincidentes com a parte racional (que é maior parte) da Revelação.

Os fariseus eram praticamente estóicos, como mostrou Flávio Josefo e está evidente na obra fundamental e magistral do “Pirke Aboth”, obra que recomendo pois é excelente.

O estoicismo nasceu nos meios fenícios, banhados pelas ideias semitas, hebraicas. Os grandes estoicos iniciais foram descendentes de fenícios, semitas, co-irmãos dos judeus. 

Mesmo na parte mais geral da filosofia, os estóicos ensinavam que Deus opera na história, que a Providência é geral e específica, ponto coincidente com as idéias bíblicas.

Os estóicos também ensinavam que o ser humano é uma substância só, de corpo e alma, uma unidade, um ser mesclado de espírito e matéria, na mesma linha do aristotelismo e das idéias hebraicas.

Os estóicos destacavam as idéias éticas e todos estes pontos comuns aproximavam os cristãos das idéias estóicas.

Boa parte da produção filosófica espanhola, por exemplo, tem influências sólidas do estoicismo, como pode ser visto em Quevedo, Baltasar Gracián, Lope de Veja e outros autores, inclusive os santos espanhóis.

A Espanha sofreu intensa influência semita, pelos fenícios e, depois, pelos árabes, que são semitas.

Os judeus sefardistas, a elite judaica, a meu ver, floresceram na Espanha, pelas profundas raízes semitas estoicas, que há na Espanha, e também em Portugal. 

A cultura espanhola foi uma das mais marcadas pelas idéias estóicas em boa síntese com o catolicismo. Na Espanha, nasceram grandes estóicos, como Sêneca, Luciano, Quintiliano, Marco Aurélio e outros.

Na Holanda e em outros países, o estoicismo esteve e está presente na corrente pró-católica e humanista do arminianismo, corrente ligada a Hugo Grócio e Spinoza. Isso explica, em boa parte, o fato da Holanda ser praticamente católica, hoje, sendo 32% de católicos, e o calvinismo é ínfimo. O arminianismo foi praticamente pró católico, tendo vencido o calvinismo. O mesmo ocorreu na Suiça. 

Mais tarde, o estoicismo ajudou os escoceses a superarem os erros do calvinismo, formando o iluminismo escocês, bem próximo do catolicismo. Este ponto foi destacado pelo Padre Leonel Franca, em sua história da filosofia, num elogio a Hugo Grócio, um dos principais líderes dos arminianos, discípulo de Suarez, em linhas gerais.

Leonel Franca também elogiou o iluminismo cristão escocês, bem próximo do catolicismo.