Alan Greenspan, discípulo da perversa Ayn Rand, foi o presidente do FED, do Banco Central dos EUA, no governo de Bush. Greenspan representa, em grau sumo, a ideologia capitalista-liberal da forma mais despudorada possível.
No livro “A era da turbulência” (Rio de Janeiro, Ed. Elsevier, 2008, com apresentação de seu pupilo horrendo, Pedro Malan), Greenspan formula o conceito de “populismo”, que é o termo usado pela CIA e outros neoliberais para estigmatizar governos populares anticapitalistas na América Latina.
Vejamos o conceito da CIA de “populismo”, colhido na página 323 do livro referido acima, de Alan Greenspan:
“segundos os dicionários “populismo” é uma filosofia política eu apóia os direitos e poderes do povo, geralmente em oposição aos de ma elite privilegiada. Vejo o populismo econômico como resposta de uma população empobrecida aos fracassos da sociedade, caracterizada pela existência de uma elite econômica considerada opressora. Sob o populismo econômico, o governo cede às demandas do povo, sem levar muito em conta os direitos individuais ou as realidades econômicas sobre como aumentar ou mesmo apenas sustentar as riquezas do país. (…). O populismo é mais ostensivo, como seria esperar, em economias com alto nível de desigualdade de renda, como na América Latina”. (…).
O populismo econômico prega reformas, não revoluções. Seus adeptos são claros sobre as insatisfações a serem tratadas, mas suas perscrições são vagas. (…)
As panaceias mais comuns são a redistribuição de terras e o indiciamento de uma elite corrupta que, alegadamente, rouba dos pobres; os líderes prometem terra, habitação e comida para todos. “Justiça” também é termo muito explorado, geralmente na acepção rdistributiva. Em todas as suas formas, evidentemente, o populismo se opõe ao capitalismo de livre mercado”.
Alan Greenspan diz que, “desde o fim da Segunda Guerra Mundial”, houve tentativas de populismo, de trabalhismo, de democracia popular (socialismo democrático), no “Brasil, Argentina, Chile e Peru”. Diz também que “os populistas” recorrem a “uma justificativa moral” e que “a mensagem econômica deles é simples retórica, salpicada de termos e expressões como exploração, justiça e reforma agrária”. Fazem apelo principalmente aos “camponeses”. Para Greenspan e para a CIA, o principal populista é “Chavez”. Há também “Andrés Manuel López Obrador” no México, Lula e outros.
Na página 331, Greenspan cita outros líderes populares que odeia, expressando o ódio da CIA e do imperialismo: “Perón”, “Mugabe”, William Jennings Bryan”, “Houey Long, de Lousiana”, tal como “boa parte da legislação do New Deal”.
O populismo sempre foi elogiado por Enrique Dussel, a principal estrela da teologia da libertação, a meu ver.
O amor ao bem do povo, uma boa democracia popular com economia mista e distributismo, é a linha principal da teologia da libertação e da doutrina social da Igreja.