As boas ideias católicas de Rousseau, em prol de uma democracia popular avançada, que Alceu defendia

Rousseau, em suas obras mais radicais, como no “Projeto de constituição para a Córsega”, apenas repetia as lições de Platão, de Aristóteles e da própria Bíblia, nas leis de Moisés, nas regras do livro “Provérbios”, nos textos dos Profetas, nas lições do próprio Cristo e de Maria.

Rousseau queria uma sociedade formada por artesãos, pequenos negócios familiares, camponeses, sem ricos, sem miséria e com um amplo Estado, para assegurar a mediania, o bem comum. Este é também o ideal de Moisés. Trata-se do ideal presente no ideário da democracia popular, mesclando distributismo, populismo e o melhor do socialismo democrático, com democracia participativa, economia mista etc.

Esta síntese de democracia popular, distributismo, populismo e socialismo democrático é baseada num conjunto de idéias que formavam o ideal de Morus, Francisco de Vitória, do Cardeal Cajetano, de Domingos Soto, Bartolomeu las Casas, Juan Luís Vives, Suarez, Bellarmino, Fenelon, o abade de Saint-Pierre, Giambattista Vico (1668-1744), Mably, Alexandre Pope (1688-1744), Montesquieu, padre Luis Antônio Verney (1713-1792), Gaetano Filangieri, o padre Galiani, o padre Nicolas Spedalieri Siciliano (vide “”Dos direitos do homem”), o padre Emmanuel-Joseph Sieyès (1748-1836), o bispo Gregório, Buchez, Ozanam, Daniel O´Connell (1775-1847), Alexis Tocqueville (1805-1859), Acton, Filomusi Guelfi (1842-1922) e dos grandes católicos da doutrina social da Igreja.

O ideal de uma democracia popular também era o ideal do distributista Sismonde de Sismondi (1773-1842), em obras magníficas como “Novos princípios de economia política” (1819). Sismondi foi um cristão que esboçou o núcleo da crítica ao capitalismo, como reconheceu o próprio Karl Marx.