Alfredo Bosi viu corretamente a linha democrática popular cristã, no Brasil, de feição franciscana

Alfredo Bosi, no livro “História concisa da literatura brasileira” (São Paulo, Ed. Cultrix, 2006, cf. p. 453), ao descrever “a poesia negra e a poesia bíblico-cristã de Jorge de Lima”, viu esta tendência para um socialismo democrático humanista. Bosi descreveu as duas veias de Jorge Lima, “ambas” perpassadas por “um sopro de fraternidade, de assunção das dores do oprimido, socialismo inerente a toda interpretação radical do Evangelho”. Esta linha de teologia popular e democrática está presente inclusive nas melhores obras de Jorge Amado e também em milhares de letras de música popular.

O “sopro” do “Espirito” (atuando pelos textos bíblicos e na consciência de cada pessoa) ocorre em cada pessoa, onde, na consciência, há um movimento complementar entre a consciência e a graça (a atuação do Espírito de vida e de Amor, a Voz de Deus). Deus não destrói a criação, e sim a aperfeiçoa, pois a consciência humana (especialmente a inteligência) foi criada à imagem e semelhança de Deus, estando o Eterno presente em cada partícula, tudo conservando e melhorando, como ressaltou Descartes, um grande católico.