A boa lição religiosa de Evandro Lins e Silva, um dos maiores juristas do Brasil

No Brasil, para ilustrar a difusão da teoria jusnaturalista católica, em prol de uma democracia popular, de um Estado social ampliado, basta citar o Ministro Evandro Lins e Silva, que organizou a “Liga da Defesa da Legalidade”, com Sobral Pinto, permitindo a posse de Juscelino e evitando o golpe militar em 1955, com a ajuda do General Lott, retardando o golpe que ocorreria em 1964.

Evandro foi um dos melhores ministros do Supremo Tribunal Federal. Evandro escreveu uma autobiografia, com o título “Arca de guardados: vultos e momentos nos caminhos da vida” (Rio de Janeiro, Ed. Civilização Brasileira, 1995, pp. 26 e 212), onde disse:

“No juízo final hei de ser julgado pelo que fiz e pelo que deixei de fazer. Quero reivindicar desde agora o direito de defesa, que Deus não me negará. Nunca adotei nem admiti posições radicais, sempre me identifiquei com o sofrimento alheio e estive ao lado dos fracos e perseguidos. Jamais vacilei na defesa dos direitos da pessoa humana. Quero, na Corte celestial, explicar e pedir compreensão para os meus pecados. Como lutei na terra, na defesa da liberdade dos outros, lutarei lá para ganhar a minha própria causa e conquistar o reino dos céus. Peço ao Criador que me dê duas horas e o resto esta tribuna me ensinou como fazer”.