Getúlio Vargas e a luta por uma imprensa popular, nacionalista

Getúlio Vargas tentou várias vezes criar uma imprensa popular nacionalista, no Brasil. A maior tentativa foi com Samuel Wainer, o grupo “Última Hora”, uma rede de jornais, em várias capitais, com uma revista nacional, que atingiu a maior tiragem na época, superando a imprensa burguesa. Mas, antes disso, Getúlio tentou criar a revista “Diretrizes”, com Azevedo Amaral e o mesmo Samuel Wainer. E, antes, houve o jornal “O imparcial”, dirigido por José Maciel Filho, em defesa de Getúlio Vargas, do nacionalismo econômico, do trabalhismo. 

Também tentou o mesmo com o grande José Soares Maciel Filho (1903-1979). José Maciel Filho foi um grande católico, nacionalista, tendo estudado inclusive em Colégio dos jesuítas, em Napóles, Itália. Maciel foi discípulo de Benedetto Croce, autor também muito apreciado por Alceu Amoroso Lima. Maciel Filho talvez tenha sido o principal inspirador, junto a Getúlio, da criação do BNDE (hoje, BNDES), tendo ocupado cargo relevante neste banco público e depois foi para a Sumoc (Banco Central, hoje), onde detectou atos ilícitos de João Neves da Fontoura.

O livro de Francisco Antonio Doria, “No tempo de Vargas” (Rio, Editora Revan, 1994), trata sobre o papel nacionalista de José Soares Maciel Filho, um grande católico nacionalista, aliado fiel de Getúlio Vargas. 

A “Carta Testamento” de Getúlio, de 1954, era, no início, uma carta de renúncia e foi escrita por José Maciel Filho. Getúlio a alterou, transformando-a na “Carta Testamento”, documento dos mais importantes na história do Brasil, um marco da luta pela independência econômica, do nosso nacionalismo trabalhista.