O general Horta Barbosa era amigo de Vargas. Getúlio Vargas (1883-1954) escreveu ao próprio pai, Manuel Vargas, em 18.03.1941, que estava promovendo Horta Barbosa a general, pois esta era uma das “três contínuas preocupações ou objetivos” de seu pai, Manuel Vargas. O pai de Getúlio, Manuel do Nascimento Vargas (1844-1943), tinha 96 anos, em 1941, e escreveu na margem da carta: “de fato, fiquei muito satisfeito”, “abraços ao muito querido amigo, general Horta Barbosa”. Manuel Vargas também se preocupava com “a construção de uma ferrovia entre Santiago e São Borja”.
O pai de Getúlio teve cinco filhos: Viriato, Protásio, Getúlio, Espártaco e Benjamin (o Bejo). Notar que um dos filhos foi batizado como Espártaco, mostrando as ideias do pai de Getúlio. Getúlio teve cinco filhos também: Lutero, Jandira, Alzira, Manuel (em homenagem a seu pai) e Getúlio (o Getulinho, falecido em 1943).
Em 05.02.1942, Getúlio escrevia a seu pai, com 97 anos, respondendo uma “pergunta política” do genitor: “entre dois blocos de nações que disputam o domínio do mundo, não podíamos mais ficar neutros, ainda que quiséssemos. Preferimos ficar com o continente americano”, “isso está em de acordo com a nossa tradição, a nossa história e os nossos interesses. Corremos o risco da guerra, mas não pretendemos entrar nela. Em todo caso, estamos nos preparamos para a nossa defesa, se formos atacados”. E assim, Getúlio entrou na guerra contra o nazismo.
O general Horta Barbosa foi um dos maiores expoentes do getulismo, do nacionalismo brasileiro, a linha boa, que busca a independência econômica do povo brasileiro. A linha defendida por Alceu, José Honório, Barbosa Lima Sobrinho, Darcy Ribeiro, Brizola e outros. O próprio Prestes apoiou Getúlio, especialmente a partir do início da década de 40. O PCB foi sempre aliado do PTB, aliança que se reforçou nos governos de Juscelino, no apoio a candidatura de Lott e, acima de tudo, no governo de João Goulart, o maior continuador de Getúlio Vargas.