O nacionalismo de Arthur Bernardes Filho

Fernando Morais, no livro “Chatô, o rei do Brasil” (São Paulo, Ed. Schwarcz, 1994, p. 133), faz um elogio a Arthur Bernardes, quando descreve o conflito entre Bernardes e Chatô. Por detrás de Chatô, estavam as multinacionais, na época, especialmente Percival Farquhar e Alexander Mackenzie, tal como o Polvo Light e a Itabira Iron. Arthur Bernardes combativa “Farquhar, Pierson, Mackenzie, Herbert Couzens, Billings” e outros. A Light tinha como figuras de proa pessoas como Kenneth McCrimmon e outros. Chatô era apenas um fantoche das multinacionais. 

O nacionalismo de Arthur Bernardes ficou provado na luta em prol da Petrobrás, em defesa da Amazônia e das minas do Brasil. Foi no governo de Bernardes que a Igreja se aproximou do Estado, realizando a reconciliação no governo de Getúlio Vargas. Chatô, no livro “Terra desumana”, acusa Arthur Bernardes de querer a “mudança da capital do país para o interior de Goiás”, por conta do “jacobinismo econômico” de Bernardes, especialmente a repulsa ao imperialismo “yankee”.

Na época, o próprio Austregésilo de Athayde, que trabalhava para Chatô, atacou, numa crítica, o livro “Terra desumana”. Austregésilo tinha estudado oito anos no seminário e talvez isso tenha feito ele defender Bernardes, que tinha sido aluno no Caraça, colégio dos padres. Na época, o Brasil tinha 30 milhões de habitantes. 

Chatô tinha como aliados a Antarctica, a General Motors, a Sul América de Seguros e Julio de Mesquita, do Estadão.