A questão social nasce da omissão do Estado, do Estado mínimo, neoliberal. O Estado deve intervir, controlar e atuar

Como destacou Pio XII, num discurso aos jovens da Ação Católica Italiana, em 12.09.1948, a “questão social” nasce principalmente da falta de uma “ordenada regulamentação do consórcio humano”, uma ordenação (“organização social”) criada pela “força moral”, com “condições públicas”, criadas “do particular, através do povo até a comunidade dos povos”, onde, “na vida social, nenhuma” pessoa e “nenhum povo seja” reduzido a “objeto, isto é, que se veja privado de todo o direito [cidadania] e se veja exposto a ser desfrutado pelos outros, mais que, pelo contrário, todos sejam sujeitos, isto é, participantes legítimos na formação da ordem social, que todos” “possam viver tranquilos e felizes, com meios suficientes de sustentação”.

Pio XII afirmava que esta tarefa é auxiliada e promovida pela “fé católica, vivida até as suas últimas conseqüências e alimentada por torrentes sobre-humanas de graça, que o divino Redentor, com a própria fé, dispensa á humanidade”.

A “organização social”, a forma do poder, é extremamente relevante no prisma ético. Como destacou Pio XII, na “Mensagem de Pentescostes” de 1941, “da forma dada à sociedade, conforme ou não às leis divinas” e naturais “depende e infiltra-se o bem ou o mal nas almas”.