As idéias semitas atingiram a Grécia principalmente pela mediação dos fenícios e de povos ligados aos fenícios, como os hititas, o Egito, os Persas e outros.
Os fenícios influenciaram a filosofia jônica, basta pensar em Tales, descendente de fenícios. E influenciaram a filosofia pitagórica, pela presença fenícia na Sicília, terra onde Pitágoras e os pitagóricos habitaram. A influência fenícia sobre Pitágoras ocorreu principalmente graças a Ferecides de Siro (da Fenícia, ligada a Síria). Depois, isso torna a ocorrer com os estóicos, pois os principais autores estóicos, inclusive os fundadores (Zenão, especialmente), eram fenícios. Boa parte da produção cultural estóica bem base nos fenícios, ponto importante.
Platão aprendeu muito com Arquitas de Tarento. Arquitas, um pitagórico embuído de idéias semitas, que escreveu o livro “Da lei e da justiça”.
João Estobeu, autor do século V d.C., recolheu textos deste livro de Arquitas, comprado por Platão. No livro “Anthologion” (onde colecionou 5.000 textos de uns 500 autores), Stobeu ensinou que Arquitas escreveu: “às leis dos maus” “opõem-se às leis não escritas dos deuses” e “a lei precisa condizer com a natureza”. Ocelo de Lucânia, outro pitagórico contemporâneo de Arquitas, escreveu o livro “Da lei” (“Peri nomo”), onde ensinou a mesma coisa. São as bases semitas fenícias do jusnaturalismo, a escola clássica da Democracia.