Mishna, Pirke Avot, católicos e judeus, em muitos pontos, iguais

Na “Mishna”, o núcleo do Talmud, livro hebreu que codifica a “Lei oral”, consta, no “Pirke Avot” (1,1), que “Moisés recebeu a Torá [Lei, Instrução, Educação] no Sinai e a transmitiu a Josué, e Josué aos anciãos, e os anciões aos profetas, e os profetas a transmitiram aos homens da Grande Assembléia”.

O livro “Pirke Avot” é o principal texto ético do “Mishna”, do “Talmud”, sendo um texto ecumênico, com idéias bem semelhantes às idéias éticas platônicas, aristotélicas e estóicas. Vale a pena frisar mesmo que o texto “Pirke Avot” é o texto ético fundamental dos hebreus, sendo um texto em boa consonância com a ética cristã, tal como com a ética socrática, platônica, aristotélica e estóica.

Há uma idéia bem próxima no episódio de Pentecostes do Novo Testamento. Da mesma forma, no papel da Igreja, que é também a Grande Assembléia, no Céu, que é uma Grande República democrática.

Deus confiou às pessoas a tarefa de construção do Templo Místico, do Corpo Místico de Cristo. O Corpo de Deus é, assim, uma Grande República tendo Deus como o Sol, a Luz, a Causa Primeira que atua pelas causas segundas. O Criador é tão bom que não concentra o poder, atua, em geral, pela criação, especialmente na e pela consciência das pessoas, da sociedade.

A Bíblia menciona o “Am Ha-Aretz”, o “Povo da terra”, que atuava como sujeito histórico, sendo o antigo Parlamento aberto hebraico, a reunião em Assembléia do povo para decidir questões que interessavam a todos.

O termo “Igreja” (Assembléia, em grego) foi escolhido por Jesus Cristo para designar Seu povo, seu próprio Corpo. Este termo foi essencial na difusão da Igreja, pois lembrava, aos povos que falavam grego, a principal instituição democrática de Atenas e de toda cidade grega, a instituição que representava a democracia nas cidades antigas, a “assembléia”. O mesmo ocorria nos povos fenícios, hititas, árabes etc.