A Igreja adota a teoria das quatro virtudes cardeais, junto com as virtudes decorrentes destas quatro

São Paulo, na “Carta a igreja em Éfeso” (5,9), resume a lista das virtudes de uma pessoa da seguinte forma: “andai como filhos da Luz, porque o fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade. Vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios”.

Na “Carta aos filipenses” (cf. Fp 4,8), São Paulo ensina:

tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento”.

O texto acima tem o mesmo conteúdo que a ética de Aristóteles, em “Ética a Nicômaco” (livro I, 13): Há também pontos semelhantes com a ética de Cícero e de Sêneca.

O termo “virtude” (“aretè”) aparece na Bíblia, como ser visto em 1 Ped 2,9, 2 Ped 1,3-5 ou Fp 4,8. O trecho mais importante é 1 Pd 2,9, pois é uma citação de Isaías 43,21 (da “Septuaginta”; tal como 42,8-12; e 63,7) como o sentido de “atos dignos de louvor” (em hebraico, “te hillah”; “aretas”, em grego). No livro apócrifo “Macabeus 4”, há o termo “aretè”, com claríssima ligação com os estoicos. No livro “Sabedoria” (5,13), a virtude (“aretè”) é o contrário da “maldade”, sendo atos (a prática) de bondade, do bem. O livro “Sabedoria” (4,1) ensina que a prática das virtudes gera a “imortalidade”. O livro “Sabedoria” adota a classificação clássica das quatro virtudes cardeais (cf. 8,7).