A regra da centralidade (primado, sacralidade) da pessoa está exposta no “Genêsis” (1,26; tal como no 1º.Mandamento, que veda a idolatria), onde o próprio Deus revela Seu Plano: o ser humano foi feito para povoar o mundo, controlar (usar e fruir) dos bens e também controlar racionalmente e aperfeiçoar a criação e a própria vida pessoal e social. Diante das formas de poder público, os cristãos buscam sempre distinguir o trigo e o joio, mantendo o que há de bom, tentando erradicar o que for mal e tentando aperfeiçoar a criação, inclusive o Estado. Neste sentido, Christian Duquoc, no livro “O único Cristo” (São Paulo, Ed. Paulinas, 2008, p. 114), lembra que “Jesus não maldisse o político”, “o poder político” é, em si, bom, “nem tudo era criminoso ou injusto no exercício romano do poder. Em mais de um aspecto, Ele [Cristo] se preocupou com o direito e com a tolerância”, “a palavra de Jesus” apenas “erode o poder totalitário” (ilegítimo, mau, iníquo), exigindo que o poder seja bondoso, justo, pautado (regrado) pelo bem comum.