Valores fundamentais – amor, justiça, verdade e liberdade

O Pontifício Conselho Justiça e Paz do Vaticano organizou o “Compêndio da doutrina social da Igreja” (São Paulo, Ed. Paulinas, 2005, 2ª ed., 197) e listou quatro “valores fundamentais”: “a verdade, a liberdade, a justiça, o amor”.

Estes quadro valores são caminhos para o bem comum. Sobre os valores, vale a pena ler o livro de Tarcísio Meirelles Padilha (n. 1928), “A ontologia axiológica de Louis Lavelle” (tese escrita em 1955), que deixa claro que os “valores” são “idéias” (com cargas afetivas, por conta da união hipostática do corpo e da alma), idéias verdadeiras (reais), correlatas ao bem comum. .

Paulo VI, em 03.02.1968, ressaltou que estes “valores” têm, em seu núcleo, “princípios” (regras, idéias práticas, deveres, obrigações) correlatos: “da verdade, da liberdade, da justiça, do amor”.

Pio XII, em 04.09.1949, ensinou que “o programa social da Igreja Católica é baseado em três poderosos pilares morais: a verdade, a justiça e a caridade [o amor] cristã”. No mesmo documento, Pio XII chamou estes “pilares” de “princípios”.

Paulo VI, na mensagem aos povos de 15.12.1967, lembrou que não devemos adotar “uma concepção vil e negligente da vida”, e sim baseada nos “mais altos e universais valores da vida: a verdade, a justiça, a liberdade, o amor”.

Os valores, então, são juízos (idéias combinadas) de valores, grupos de idéias abstratas que, combinadas, geram princípios (regras, preceitos), que são sínteses (combinações, uniões) mais elaboradas de idéias (proposições expressando juízos, que são ligações de idéias).

Ao mesmo tempo, estas idéias, quando encarnadas (realizadas, concretizadas) numa pessoa sincera, produzem bons movimentos afetivos, boas paixões. Toda idéia tem, conexa, uma carga afetiva, toda idéia está encarnada, tem sangue, tem carne, tem imagem, tem concretude. E toda ideia tem uma imagem correlata.

Os valores são idéias enraizadas nos sentimentos, nos afetos, ganhando, desta forma, eficácia sobre o comportamento (a conduta) humano.