Disse Francisco I – “Não poucas vezes a delinquência afunda as suas raízes nas desigualdades económicas e sociais, nas redes da corrupção e no crime organizado, que procuram cúmplices entre os mais poderosos e vítimas entre os mais vulneráveis. Para prevenir este flagelo, não é suficiente dispor de leis justas, mas é preciso formar pessoas responsáveis e capazes de as pôr em prática. Uma sociedade baseada unicamente nas regras do mercado, criando expectativas falsas e necessidades supérfluas, descarta quantos não estão à altura e impede que as pessoas lentas, frágeis e menos dotadas abram caminho na vida (cf. Evangelii gaudium, 209)”.
Ou seja, uma sociedade neoliberal, pautada unicamente nas regras do mercado, sem intervenção corretora do Estado, sem estatais e Estado social, sem sistema tributário redistribuidor, é o ambiente perfeito para proliferação dos crimes, especialmente combinando desigualdades econômicas e sociais e consumismo (“expectativas falsas e necessidades supérfluas”) geradas pela mídia a serviço da publicidade das grandes empresas privadas, dos trustes, cartéis, oligopólios etc.