Patrick de Laubier – Suarez, democrata popular, distributista e pro economia mista, sem ricos e sem miséria

Patrick de Laubier, no livro “As três cidades” (São Paulo, Ed. Ltr, 2002, p. 81), explicou a tese de Suárez, ressaltando a influência deste jesuíta:

Para Suárez, assim como a terra está destinada a todos e a propriedade privada, intervém apenas em segundo plano [subordinada ao bem comum, devendo apenas assegurar um pedaço para cada pessoa], do mesmo modo o poder político numa “sociedade perfeita”, ou seja, juridicamente constituída, é conferido primeiro ao conjunto do povo:

Em primeiro lugar, o poder civil supremo, enquanto tal, é imediatamente dado por Deus aos homens que constituem a cidade ou comunidade política perfeita [ao povo]; por causa dessa doação não é a uma pessoa ou a um grupo determinado que o poder é conferido, e sim ao conjunto do povo ou à comunidade enquanto corpo social” [cf. “Defensio Dei”, III, 5]. (…). A filosofia política de Suárez cairá no esquecimento após o Tratado de Westfália (1648), ao menos no tocante à Europa continental, pois na Inglaterra, Locke vai retomar, numa perspectiva liberal, certas posições de Suárez que influenciarão indiretamente a redação da Constituição americana de 1787, antes que a Revolução Francesa coloque um termo nas monarquias absolutas da Europa ocidental”.

A posição correta é ser pro Democracia Popular, com economia mista, onde os grandes meios de produção sejam do Estado, com co-gestão, mais cooperativas, milhões de pequenas e médias propriedades familiares, tudo sem miséria, sem grandes fortunas privadas (sem multimilionários, sem malditos bilionários sanguessugas, grandes vermes).