Leão XIII defendeu economia mista, centrada no bem comum, destinação universal dos bens etc

A concepção econômica e política cristã foi resumida por Leão XIII, na “Humanum genus” (itens 34 e 35). Leão XIII parte do verdadeiro agostinianismo, da lição de Santo Agostinho: “a doutrina do Evangelho” é “útil à sociedade”, pois auxilia na organização da sociedade, estruturando o “Estado” com “fundamento estável”, pelo ensinamento da teoria “das virtudes” e pelo combate aos “vícios” (evitando a “impunidade dos vícios”, da opressão). Virtudes são atos racionais e adequados ao bem comum. A lista das virtudes, presente na Bíblia, coincide, em linhas gerais, com o melhor da Paidéia, indo além. A lista das virtudes é a lista do que é bom, do que é adequado ao bem comum, ao bem de todos. O cristianismo ensina o que é “necessário ao bem estar comum” das pessoas. Assim, a concepção política e econômica da Igreja é a concepção natural e humanista. 

Como explicou Leão XIII, o poder público, em termos gerais, é querido por Deus, porque, “pela vontade de Deus”, os seres humanos “nascem para a sociedade civil”. Por natureza, “os homens são todos iguais entre si”, mas “a própria sociedade” “se desfaz” se não estiver organizada, como um “corpo humano”, onde as partes estão “conjugadas entre si”, atuando em prol do bem comum, para suprir e prover, para todos, o que é “útil e necessário à vida”. A sociedade deve estar organizada para uma “cooperação para o bem comum”, de forma harmoniosa, à “imagem de uma cidade bem constituída e conforme à natureza”.