Hegel – o princípio cristão eh fermento do Estado social

Hegel foi um filósofo cristão, democrata, que amava a Paidéia e também as idéias cristãs. O velho Hegel, o principal mestre de Marx, soube apontar bem a influência das idéias cristãs na formação do Estado moderno, de um Estado social com democracia, como descreveu corretamente o padre Henrique Cláudio de Lima Vaz, uma das estrelas da Ação Popular, no início da década de 60, no século XX.

Hegel, no livro “Lições sobre a história da filosofia” (vol. I, Firenze, Ed. La Nuova Italia, 1998, p. 61), explicou corretamente a influência cristã na formação do Estado moderno, junto com as idéias de Platão, Aristóteles, Cícero e dos juristas romanos:

que o homem seja livre em si e por si, por virtude da própria substância, e que tenha nascido livre como homem, isto não souberam nem Platão, nem Aristóteles, nem Cícero, nem os juristas romanos [o melhor da Paidéia], ainda que somente neste conceito de ser humano [o conceito de pessoa, ser criado para a libertação] esteja a nascente do Direito [e do poder]. Somente no princípio cristão, o espírito individual pessoal assume essencialmente valor infinito, absoluto [cada pessoa é sagrada e única, irrepetitível]; Deus quer que seja dada ajuda a todas as pessoas. Na religião cristã, desenvolveu-se a doutrina segundo a qual todas as pessoas são iguais perante Deus, porque Cristo os chamou para a liberdade cristã. (…). O sentimento de tal princípio fermentou por séculos, por milênios, produzindo as mais gigantescas revoluções”.